quarta-feira, 1 de novembro de 2006
A Fila
segunda-feira, 30 de outubro de 2006
segunda-feira, 23 de outubro de 2006
Musiquinha para aniversário de namoro
O Amor É Filme
(Cordel Do Fogo Encantado)
O amor é filme
Eu sei pelo cheiro de menta e pipoca que dá quando a gente ama
Eu sei porque eu sei muito bem como a cor da manhã fica
Da felicidade, da dúvida, dor de barriga
É drama, aventura, mentira, comédia romântica
Um belo dia a a gente acorda e hum...
Um filme passou por a gente
E parece que já se anunciou o episódio dois
É quando a gente sente o amor se abuletar na gente
Tudo acabou bem,
Agora o que vem depois
O amor é filme
Eu sei pelo cheiro de menta e pipoca que dá quando a gente ama
Eu sei porque eu sei muito bem como a cor da manhã fica
Da felicidade, da dúvida, dor de barriga
É drama, aventura, mentira, comédia romântica
É quando as emoções viram luz, e sombras e sons, movimentos
E o mundo todo vira nós dois,
Dois corações bandidos
Enquanto uma canção de amor persegue o sentimento
O Zoom in dá ré
E sobem os créditos
O amor é filme e Deus espectador!
Gentalha! Gentalha!!! (by Kiko)
quinta-feira, 12 de outubro de 2006
Círio
Na hora, acho que não consegui fazê-lo entender.
Podia dizer que era o nosso Natal, mas não seria o bastante.
Podia dizer que dava uma sensação de casa mais que tudo, mas não seria o bastante.
Podia explicar que não são exatamente 2 milhões de católicos nas ruas, mas 2 milhões de pessoas envolvidas por essa coisa que eu tento explicar pra ele e não consigo dizer o que é.
Podia explicar a aura de paz que cobre as nossas casas, e ainda assim, não sei se seria o suficiente.
Podia dizer que é um dos momentos máximos da nossa cultura, muito além das religiões.
segunda-feira, 9 de outubro de 2006
Ai, ai...
domingo, 1 de outubro de 2006
Adoooooooro Doces Bárbaros!
terça-feira, 26 de setembro de 2006
Clichê
terça-feira, 12 de setembro de 2006
Reencontro
Posso dizer que passei quase a metade de minha vida dançando. Foram 10 anos de dança com muita paixão. Tal como aqueles amores mal resolvidos, ainda passei uns dois anos tendo recaídas, "ficando" como se diz hoje em dia.
Com a dança, ou pela dança, construí grandes amizades, fiz viagens maravilhosas, vivi histórias engraçadíssimas, lapidei meu gosto musical e arrecadei muitos hematomas.
Um amor daqueles difíceis de superar. Pudera!
Em todos os "reencontros" era uma choradeira, uma choradeira, uma saudade doída... O melhor era evitar ver mesmo, cortar relações, deixar pra lá, o que os olhos não vêem... Mas não dava! Era saber onde estava, lá estava eu, olhos marejados, uma saudaaaaade.
Mas é assim mesmo que acontece: outras responsabilidades, cistos no joelho, vestibulares, e aquele grande amor da vida fica lá atrás, guardado em lembranças e fotos.
É claro que ficou, por muito tempo (e não é assim com amores mal resolvidos???), aquela esperançazinha de, quem sabe, um dia, de repente, eu posso voltar... Ainda que a vida prove por A + B que não é isso que acontecerá e que o sonho de ser bailarina (acorda!), é coisa de criança!!! Imagina, viver de dançar, onde já se viu?
Enfim. Ontem, muitos anos depois, tive um reencontro. E dos bons! Fui assistir o espetáculo (e que espetáculo!) do Grupo Corpo no Palácio das Artes.
Um nervoso antes de começar, já que não ficaria nada bonito pra minha cara abrir o berreiro rodeada de pessoas desconhecidas, sem ninguém pra segurar a minha mão...
Mas as sensações foram ótimas! O amor da aspirante à bailarina, este aquietou-se. Os olhos ficaram marejados sim, mas por causa de um outro amor, o amor da espectadora, que agora sabe admirar e se emocionar, quietinha lá da platéia. Sem saudades doloridas. Só a contemplação. E isso agora lhe basta!
sábado, 2 de setembro de 2006
É de verdade!
quarta-feira, 30 de agosto de 2006
É lindo ou não é?
quinta-feira, 24 de agosto de 2006
Inverno??? Que inverno???
Lembro de um dia alguém ter me dito que agosto seria o mês mais frio aqui em Belo Horizonte.
Há controversias. Eis uma terça-feira de muuuuito sol e muuuuito calor. Em agosto. No Inverno. No mês mais frio!
Depois, é na minha terra que não tem estação de ano!
Piscina, sol e amigos... adoro esse inverno de BH!
segunda-feira, 14 de agosto de 2006
Inventário de férias
Ô coisa boa que é esse negócio de Belém do Pará! Por quê???
Porque lá tem um quarto azul liiiiindo que me abraça quando eu chego.
Porque lá tem carangueijo no toc toc (toda quarta-feira) - acho que se passasse uma semana a mais, ia voltar pra BH andando de lado.
Porque lá tem uma super turma de amigos que jogam (e se jogam, e me jogam) futebol de sabão.
Porque lá tem um pai que resolveu virar chef de cozinha e me faz O Tucunaré no Saco.
Porque lá tem um bando de Guimarães maluco que viaja junto e faz a gente morrer de rir.
Porque lá tem sushi no supermercado.
Porque lá tem Salinas todo final de semana.
Porque lá tem Orquestra Imperial na Praça do Carmo, sem o Amarante, mas com muitos amigos e todas as gerações da família.
Porque lá tem café da manhã com o sogro (vergonha), tem almoço super lotado de visitas (saudade), tem bolo da Dona Arlete pra depois, tem jantar no La Traviatta depois do cinema de domingo...
quinta-feira, 10 de agosto de 2006
Telegrama para o Blog
Perdoe-me, querido blog, mas é que eu andei por Belém...
Fui lá rapidinho ser muito feliz, com minha família, amor e amigos.
Mas já estou de volta, pra BH e pra você, mas sendo apenas feliz, porque o muito fica guardado só pra Belém.
Já já estaremos compartilhando, blog, você eu, nossos textos.
Um beijo,
Maíra.
sexta-feira, 7 de julho de 2006
Noveleira, eeeeuuuu?????
Quando eu crescer eu quero ser a Bia Falcão.
Ela é a velhinha mais chique que se pode imaginar. Única pessoa que consegue ficar elegantérrima cheia de laquê. E que roupas são aquelas????? Como dizem os meus anfitriões mineiros: "Nó!!!". Eu, que só tenho duas décadas e uns trocadinhos de nada, queria todas!
Tá, tudo bem que ela matou o Henry Castelli na primeira semana da novela e nos tirou essa alegria de vê-lo todos os dias, mas eis que a Globo entendeu a barbaridade do ato e relocou o rapaz para o horário das 7, ebaaaaaaaaa! Ela também perseguiu até não querer mais o Múúúúúrrrrrrrá e toda a sua família, mas quem manda o Lima Duarte desaprender a pronunciar o "r"??? Ô coisinha irritante. Ah, tem também a história de que ela renegou a filha, a Vitória (Cláudia Abreu), mas é só olhar o passado da moçoila pra ver que ela merece, ou vai me dizer que já esqueceu o que ela fez com a Malu Mader em Celebridade? Ainda por cima, entrou nessa novela só pra ficar com o Marcos Palmeira (par romântico da Malu) que entrou de paraquedas no finalzinho fantasiado de delegado pra disfarçar.
Mas apesar de tudo isso, sou fã da Bia Falcão! Ela deportou pra Grécia o personagem mais mala da novela; ela tem tanta moral que saiu de cena quando a trama ficou um marasmo e voltou só depois que começou a ficar bom de novo (ela pode, pois ela é uma "graaande atriiiiz que já foi indicada ao Óooscar", como bem diz o nosso amigo do Casseta e Planeta) ; ainda por cima, ela conseguiu usar o adjetivo "escroque" 3 vezes só num capítulo, enquanto eu, a vida toda, nunca xinguei bonito assim nenhuma vez!
A Bia Falcão é a melhor ironia que o Silvio de Abreu poderia mostrar na Globo em plena novela das 8. A vilã impune. A mau caráter que se dá bem. A milionária acima de tudo e de todos. É bom que como o Brasil perdeu a Copa, talvez dê tempo das pessoas entenderem a mensagem antes das eleições.
A mulher fez o cão a novela inteira e, finalmente, nao foi a vilã que terminou atrás das grades, ou morta ou louca num manicômio! A Bia Falcão terminou rica, mais elegante ainda (se isso for possível), em Paris, com uma cena maravilhosa de afagos com o Cauã Raymond e chamando todos (brasileiros) de OTÁRIOS!!! Quando eu crescer eu quero ser a Bia Falcão.
Mas, enfim, Belíssima se foi. Fiquemos agora com Manoel Carlos (o adorador de Helenas), e, por falar em eleição, vem aí outra vez a Regina-eu-tenho-medo-Duarte.
Saudades desde já da Zazá, ops, da Fernanda Montenegro.
domingo, 2 de julho de 2006
Tempos de Zidane
sexta-feira, 30 de junho de 2006
Ano de Copa
Será que as pessoas dos outros países curtem tanto o ano de Copa do mundo como a gente? Porque no Brasil, ano de Copa é ano de Copa! Não é ano de eleição pra Presidente, não é ano de desvendar escândalos de corrupção...É ano de Copa!
Pra se ter uma idéia de como funcionam as coisas, em meados de janeiro de 2006, quando se decidia que eu vinha passar 1 ano em Belo Horizonte, já pesava na balança o triste fato de que eu passaria longe dos amigos um ano de Copa!
Há 4 anos atrás nos reuníamos pra dormir na casa do Sávio, um monte de colchões epalhados sob vários amigos verdes e amarelos, esperando o despertador tocar às 6 da manhã (com a música da TV Colosso - coisas do Savio) pra escovar os dentes, lavar os rostos amassados e torcer para o Brasil!!!! Nossa, que ano de Copa!
Aqui, neste ano de Copa, por sorte já tenho muitos amigos. Nos unimos na saudade de casa e nas muitas afinidades e já somos uma boa torcida. Eles ainda se assustam porque as meninas sabem o que é impedimento, gol olímpico, que o Parreira tem que colocar o Juninho Pernambucano etc., mas acabam se acostumando até a final...
Claro que em ano de Copa, longe de casa, nem tudo se supera. Já há os amigos, é verdade, mas cadê o papai torcendo pra Argentina e a mamãe com o pescoço vermelho com uma bola branca no meio de nervoso??? Cadê a turma com as blusas todas iguais fazendo churrasco na casa do Vicente ou na casa do Sávio???
Mas o pior de tudo mesmo, é depois do jogo. A gente sai na rua lotada de verdes e amarelos animados e desconhecidos. Não encontramos ninguém!!! Tudo muito estranho pra quem a cada metro quadrado, na Doca, em Belém encontrava alguém e já ia gritando de longe e correndo pro abraço: BRAAAAASILLLL POR....!!!!!!!!!!!!!!
Inclusive já me preocupo com isso no dia da final (é, porque sou otimista e acho que o Brasil estará na final). Acho que vou combinar com os amigos para irmos todos separados e nos encontrarmos na rua, só pra ter aquela cena... Será que topam???
segunda-feira, 19 de junho de 2006
Pra Ela!!!
Ela entrou na fase do telefone, e nunca saiu. Só reveza, as vezes, com a internet.
Ela vira expert em um cantor um dia antes do show.
quarta-feira, 14 de junho de 2006
Por acaso, uma boa ação. Pratiquem, dá sorte!
São Paulo, 04 de junho de 2006.
quinta-feira, 8 de junho de 2006
Infinito Particular
São Paulo, o2 de junho de 2006 - noite.
Vilarejo
(Marisa Monte, Pedro Baby, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes)
Há um vilarejo ali, onde areja um vento bom
Na varanda, quem descansa, vê o horizonte deitar no chão
Pra acalmar o coração
Lá o mundo tem razão
Terra de heróis, lares de mãe, paraiso se mudou para lá
Por cima das casas, cal
Frutos em qualquer quintal
Peitos fartos, filhos fortes
Sonho semeando o mundo real
Toda gente cabe lá, Palestina, Shangri-lá
Vem andar e voa...
Lá o tempo espera, lá é primavera
Portas e janelas ficam sempre abertas pra sorte entrar
Em todas as mesas, pão
Flores enfeitando os caminhos, os vestidos, os destinos e essa canção
Tem um verdadeiro amor
Para quando você for.
Quantas horas mesmo tem um dia????
Sono, muito sono. Frio, algum frio. Dinheiro, nenhum dinheiro.
Comprar um super bilhete único para fazer os 500 programas previstos pra hoje.
Sou a única pessoa que anda de camiseta nessa cidade. E a Renatinha a única que anda de sandália aberta e de salto alto.
Museu da Língua Portuguesa. Não queria ir embora nunca mais. Estava com saudades de lá antes mesmo de sair. Música, etimologia, jogos de palavras, Guimarães Rosa, dezenas de poemas escritos nas paredes, uma árvore construída de palavras. Nossa!
Descobri que Guimarães tem origem germânica (!), os portugueses se apropriaram. E descobri ainda que sabia quase todas as palavras do painel da origem Tupinambá, heheheheh. Orgulho de ser paraense!
Brincando de personagem, escolhi seguir a trilha do Riobaldo, do Grande Sertão Veredas, e tive que subir várias escadas íngremes para ler as suas mensagens(o que o meu "eu-macaca" adorou); Renatinha, escolheu Diadorin, mas teve dificuldades em ler todas as mensagens na água através de espelhos.
Foi difícil sair de lá.
Pinacoteca. Que chão vermelho mais legal! Fotos. Conhecemos as obras do Sr. Fúlvio Penacchi, um faz tudo. Auto-retratos, propagandas, projetos de tumbas, casas e cozinhas, afrescos etc. Era de fato "um mil e uma utilidades" este Senhor. Entrada rápida na sala do século XIX e sala do século XX. É um sentimento meio besta, mas dá uma sensação de participação no mundo quando olho pra obra e vejo que a assinatura é daqueles de que sempre ouvi falar ou li em livros: Portinari, Di Cavalcante etc.
Mas o tempo é curto, e chegou uma hora em que só topávamos olhar obras que tivessem banquinhos em frente, as consequencias das andanças davam sinal.
Praça da Sé. A quantidade de gente em pé fazendo nada me assustou. Não houve explicação que amenizasse. Este é um fato de SP que fiquei sem entender. O que fazem aquelas centenas de pessoas em pé, paradas, tipo poste, na Praça da Sé????? O único a fazer algo que identifiquei era um desses pregadores da bíblia, mas desses em que praça não há?
Igreja da Sé. Uma visitinha bem rápida à Aparecida. Foto (um cachorro amigo insistia em posar pra Renatinha, mas consegui me sobressair).
Páteo do Colégio. Segundo informações seria o lugar onde começou São Paulo. Todo o entorno é tão bonitinho, prédios clássicos, a Casa de Anchieta (um lugar bem parecido com aquele em que todo mundo pára na estrada de Salinas pra comer sanduíches naturais gostosos, esqueci o nome!) que é um refúgio de paz cheio de arvoreszinhas bem no centro de SP.
Mas o mais legal é o painel de impostos que dá pra ver de lá. Um painel eletrônico enorme, os números crescendo incessantemente, o que significa mostrar a quantidade de impostos que se paga só pra se indignar ainda mais sobre o quê se faz com eles.
O dia foi imenso. Turístico. Produtivo. Interativo. Cansativo.
Mas ainda há o motivo da viagem a SP. Marisa Monte.
quarta-feira, 7 de junho de 2006
O Fantaaaaaaaaaaasma da Ópera estáááááá....
Mercado Municipal. Lindo, limpo, e cheio de coisas gostosas. Pastel de bacalhau (segundo o papai, lá onde o André e a Júlia foram comer na novela... é, meu pai está viciado em Belíssima!). Sanduíche de mortadela (ou “mortandela”, segundo “os mano”), mas esse só pra olhar mesmo, porque, eca, dá nojo daquele treco. Queijos, muitos queijos (primadona e gorgonzola, hummmmm). Azeitona Argentina, tudo de bom. E a famosa cachaça canelinha que a Renatinha tanto falava... Muito doce.
Caminhada pela 25 de março. Puro cooper, porque comprar que é bom estava realmente fora dos planos. Os policiais passando por lá e os camelôs enrolando sei lá como as mercadorias embaixo do braço, são uma atração à parte. Segundos depois ta todo mundo no mesmo lugar, uma perfeita metáfora da fiscalização de tudo no Brasil. O mais interessante é que os vendedores dos shoppings (ou da China!) que são tão ilegais e cheios de contrabando quanto os camelôs, até acenam e mandam beijinhos pros policiais... vai entender!
A compra do dia: um binóculo para assistir a Marisa Monte. Paciência, só conseguimos comprar ingresso para a platéia superior na qual, segundo a comunidade dela no orkut, só dá pra ver um pontinho branco vestido de preto e vermelho cantando. O binóculo chinês é um espetáculo, funciona como luneta, pois só dá pra enxergar se taparmos um dos olhos, uma beleza!
À noite, contrariando todas as desesperanças, conseguimos comprar ingressos para o Fantasma da Ópera para o mesmo dia, tudo bem que mais uma vez era platéia superior, mas enfim, já tínhamos nosso super-binóculo-chinês-pra-ver-com-um-olho-só que acabaria com esse problema.
Sobre a ópera, não há palavras suficientes pra dizer o quanto é linda. A produção é um espetáculo, figurino (e trocas de figurino), cenário (e trocas de cenário), atores/cantores etc. Fora que meu conhecimento leigo sobre a história do Fantasma estava completamente equivocado, ele não é exatamente o mocinho como eu achava (dããããã), mocinho é o Raoul, muito mais bonito por sinal, mas que cantava muito menos que o “Anjo da Música”.
Mas uma coisa marcou a noite. All I Ask Of You. A música mais conhecida da ópera. Na tradução deles, a música era mais ou menos assim:
Olha nos meus olhos, esquece o que passou.
Aqui neste momento, silencio ou sentimento.
Sou o teu poeta, eu sou o teu cantor
Teu rei e teu escravo, teu rio e tua estrada.
Ela:
Vem comigo, meu amado amigo
Nessa noite clara de verão
Seja sempre meu melhor presente
Vou contigo, seja aonde for
E onde estiver estou.
quinta-feira, 1 de junho de 2006
O primeiro dia
Quem me conhece sabe... tem coisas que só acontecem quando se está com a Renatinha!
Primeiro dia em São Paulo, sou recebida no aeroporto com uma programação "de bolso" por ela elaborada e personalizadíssima. Tanta coisa pra fazer que temo que tenhamos que apelar para cafeínas, ligadões ou redbulls para dar conta, não somos mais as meninas de outrora...
Mas vamos às bizarrices...
Rumo ao Parque Ibirapuera, passa por nós um andarilho com uma placa: PROCURO MEU IRMÃO, ELE É PORTUGUÊS. (...) Tudo bem, não era pra ser engraçado, o rapaz perdeu o irmão, tá sozinho no mundo etc. mas... não dá... muitos risos, muitos risos... E pra história não parar por aí, logo em seguida passamos por um Sr. que falava tantos "ora, pois", SÓ PODIA SER O IRMÃO!!!! Só não fizemos o reencontro porque isso é papel do Gugu ou daquele vocalista do Negritude Jr. que também tem um programa desse tipo aqui em São Paulo.
Chegando no Parque, somos abordadas por uma palhaça (isso mesmo que você está lendo, uma plahaça!), a Guigui, que queria que nós parássemos 10 minutinhos pra fazer uma avalição física "gratuíta" (com acento mesmo no i), afinal (você não sabia???) hoje é DIA INTERNACIONAL DA AVALIAÇÃO FÍSICA!!! E a deselegante da Renatinha pergunta se aquela barrigudice dela era padrão... a Guigui estava grávida, Renatinha. Quanto aos outros palhaços, a Guigui explica: a barriga deles é lombriga mesmo!
Museu de Arte Moderna (MAM). Entrada R$ 5,50. Putz, não temos dinheiro. Senta-se no chão, en frente à porta de entrada do Museu, e conta-se moedas, muuuuuuuitas moedas, até que deu. Depois de ver toda a nossa humilhação, a moça da entrada nos diz "Hoje a exposição é gratuita", tudo bem, pelo menos dessa vez foi sem acento no "i".
Tratava-se de uma exposição do Volpi. "A música da cor". Muitas bandeirinhas. Bandeirinhas em tudo. Só bandeirinhas, fachadas com bandeirinhas, mastros com bandeirinhas... Chegamos à conclusão de que realmente o rapaz tem algum trauma de infância do dia de São João. Será que ninguém tirou o pobrezinho pra dançar na quadrilha e ele sempre ficava pra fazer a dança da vassoura????
Gracinhas e bandeirinhas à parte, curtimos a exposição. Vamo pra casa que amanhã tem mais.
segunda-feira, 29 de maio de 2006
Dia de Maria (do Céu)
http://hps.infolink.com.br/renaze/maefilha.jpg
"Hum... hoje me deu uma saudade da mamãe..." Essa frase volta e meia é repetida aqui por BH. Somos uma comunidade de paraenses longe de suas mamães.
A minha, pelo menos, faz uma falta tangível! O café com leite muuuuuuuuito quente, as mãos suadas pra acarinhar-fazer cosquinha (não pode ter nojo de mãe, né mãe???), a prontidão de sentinela quando eu abro a porta do quarto pra dizer que estou com enxaqueca, a cara de assustada quando tem que abrir a porta de madrugada porque a filha destrambelhada esqueceu de levar as chaves.
É, sem duvida, o alicerce da casa.
É a única pessoa que eu conheço que faz a mesma atividade física (hidroginástica), na mesma academia, por tanto tempo ininterruptamente (perdi as contas, mas acho que mais de 5 anos!).
É Médica, Dentista e Terapeuta da família inteira, apesar de pro resto do mundo ser Economista. Mas quando fica doente, acha que ninguém sabe cuidar dela: ainda não tá na hora de tomar o chá, é só dormir que passa etc.
É responsável por grande parte do meu gosto musical, apesar de ter ficado com muita raiva da Elis Regina por ela ter morrido enquanto estava grávida de mim (não a Elis Regina, mas a minha mãe!!). Chico Buarque é meio que meu padrasto (meu pai não pode saber disso). Lembro muito dela quando ouço o Guri, o Cotidiano, e até mesmo a Geni. Ela cantava muito pra eu dormir, me embalando na rede, se bem me lembro, e tem tantas músicas que um dia me pego cantarolando certa de que não ouvi em outro lugar. Tem as musicas que herdou de minha vó, tipo "Sertaneja se eu pudesse, se papai do céu me desse, um espaço pra voaaaaaar...". E uma outra que eu odiava e chorava quando ela cantava, de algum imbecil que matou a mãe e arrancou-lhe o coração pra provar o seu amor à sua amada ("Diz o componho à sua amada..."). Horrível!!!
Ela não é das que cozinha, mas não tem farofa, nem arroz de galinha, nem creme de bacalhau que chegue perto da gostosura dos que ela faz. Dom não é... Deve ser o tal do amor mesmo!!!
É a maior fã que se poderia ter. Desde criança, nos dias das mães na escola quando cantávamos Carinhoso no ginásio do colégio, eu era a que cantava melhor. Do grupo de dança, mesmo quando eu entrava no palco na hora errada, a melhor de todas as bailarinas. Nos jogos, quando eleita atleta do ano por causa de uma medalha de pingue-pongue, a mais craque de todas. Nos desfiles à fantasia, então, nem se fala. Luto para um dia todo esse orgulho imensurável valer de fato.
Dela herdei os cabelos oleosos, mas não as mãos suadas. O humor irônico, mas não a paciência. O bom caráter, mas não a total doação. O DNA prega essas peças, mas a vida dá tempo suficiente pra aprender a ser mais ela.
É, quando crescer quero ser como a mamãe. Um pouco menos preocupada. Errando menos as letras das músicas. Dormindo menos no meio dos filmes. Afinal, como diz um grande amigo dela, a tendência das gerações é produzirem descendências melhoradas (Foi o Antonio Maria quem disse isso, não foi??hauhauahuahuahuahuah). Mas na essência, com o jeitinho dela.
sábado, 27 de maio de 2006
Vide Bula
Impressionante como podemos saber tanto de alguém assim. Acho que cada um tinha que distribuir pros amigos, família, namorados etc, uma listinha dessas suas sutilezas. Não se trata de marketing. De forma alguma. Mas uma espécie de vide bula. Hehehehehe
Resolvi divulgar, aos interessados, a minha bula. Devo ter esquecido uma montanha de coisas, mas pra começar, é isso:
- Maíra Gosta de:
Ler antes de dormir;
Tomar o café com leite da mamãe;
Cotonete;
Estalar os dedos do pé;
Beijar o namorado embaixo do cantinho do olho, quase ao lado do inicio do nariz;
Ficar discutindo o filme durante a sessão no cinema;
Massagem nos pés;
Levar pra casa sachês de mostarda de lanchonetes;
Ouvir centenas de vezes a mesma musica e ver dezenas de vezes o mesmo filme;
Abraçar forte;
Contar histórias exagerando;
Ficar mexendo na orelha do namorado;
Tomar um copo d´água bem gelado ao acordar;
Tirar rótulo da garrafa de cerveja e grudar no copo;
Dormir encostada na parede (buraco fundo);
Bolo com queijo;
Descobrir com quem todas as pessoas que cruza são parecidas (hoje mesmo emparelhou o carro com o Luís Caldas);
Escrever cartas (não necessariamente enviar);
Ler rótulos de shampoo enquanto toma banho;
Ouvir conversas de pessoas desconhecidas;
Comer a parte queimada da carne assada;
Falar com a televisão;
Suco da laranja mais azeda que tiver;
Destacar papel picotado;
Mensagem de celular;
Barulhinho de arcondicionado;
Passar um pé no outro antes de dormir;
Sabado a noite;
Tomar coca cola depois de comer algo com tucupi.
Tudo com farofa!!
Maíra não gosta de:
Língua presa;
Dormir na hora em que todos dormem;
Segunda de manhã;
Abrir sachê de ketchup;
Usar abridor de latas;
Conversar com quem fica levantando e baixando os olhos;
Trovão;
Fogos de artifício;
Pentear o cabelo;
Subir escada (descer também);
Pisar em poças d´água;
Roupa social todo dia;
Não saber assobiar;
Amigos normais;
Melosos, pegajosos e "cutucadores" (aqueles que cutucam);
Esperar;
Calabreza (inteira, se tiver cortadinha, bem pequenininha, eu até como);
Música sertaneja; - Que peguem no seu joelho;
- Que perguntem o que ela tem, ainda que ela tenha alguma coisa
Lembrei muito pouco das coisas que não gosto. Deve ser porque depois de ver Amelié Poulin, só pensamos em coisas boas. Os amigos que lembrarem, podem acrescentar, certamente sabem outras tantas!!!!
Mas afinal, somos ou não somos, realmente, um complexo organizado (ou não!) de nossas manias??????
segunda-feira, 22 de maio de 2006
Não, a imagem não supera as mil palavras!
Tudo bem que o verbo imaginar tem muito mais a ver com “imagem” do quê com palavra, mas começo a pensar que a imagem da imaginação é pra ficar por lá mesmo, na imaginação.
É por isso que tenho questionado o ditado que diz que uma imagem vale mais que mil palavras. Acho que prefiro as mil palavras. O que há de mais fantástico em ler um livro é isso: a partir de um parâmetro, que é o texto, a gente inventa as imagens naquelas nossas páginas em branco misturando muito de nós mesmos pra dar vida às palavras do autor.
Cada personagem tem um rosto que fui eu quem construiu, expressões, trejeitos, um levantar de sobrancelhas que fui eu quem esculpiu. Uma brincadeira de inventar maravilhosa.
Ir ao cinema ver o filme do livro é complicado pra nós, inventores de mundos imaginários. Aquele vilão monstruoso aparece atlético, o final emocionantíssimo que fez umedecer os olhos, foi cortado e adaptado para se encaixar melhor em Hollywood. Humpf!
Claro que são linguagens diferentes, o livro deixa à vontade, total liberdade para as invencionices. O filme dá menos trabalho, mostra mais, é imagem e palavra, pra depois do cinema, na hora da pizza com os amigos, ficar debatendo as mensagens, o roteiro, a direção, enfim. Mas é que o filme do livro, esse tolhe demais, salvo raríssimas exceções, são muitas amarras pra quem já construiu um mundo inteiro que foi muito além...
Por isso fico com as mil palavras.
No primeiro dia de aula, aqui em Belo Horizonte, entrei na sala e encasquetei que conhecia um menino de algum lugar. Mas como poderia conhecê-lo? Nunca vim aqui antes, cheguei uma semana antes de começar as aulas, não tinha como ser! Três meses depois, descobri. Mas não tenho como explicar pra ele. É que ele é a cara do José Arcádio. O filho do José Arcádio Buendía, aquele que mora em Macondo, casado com a Úrsula, todos criações do Gabriel García Márquez em Cem Anos de Solidão, e construídos por mim nas páginas em branco da minha imaginação.
É isso. Na PUC, todos os dias, sento atrás do José Arcádio. Meu amigo é o José Arcádio, não tem o que tirar nem pôr, cara de um focinho de outro. É por isso que eu prefiro as mil palavras.
quarta-feira, 17 de maio de 2006
O Poder da Sociedade Organizada
(http://jn.sapo.pt/2006/05/13/ultimas/Manifesta_es_voltam_s_ruas_.html)
Sobre fotos, favelas e rins.
Semana Santa em Belo Horizonte. Sem família. Sem ovos de Páscoa. Sem almoço especial de domingo... Mas nem tudo está perdido! Tem visita de melhor amiga, vindo de São Paulo e na mesma situação. É deixar as mazelas de lado e curtir a semana, depois de tanto tempo sem encontrar – e os reencontros sempre se transformam em histórias lendárias pra contar.
Primeiro programa:
- Amiga, tenho que ir lá na rádio 98 Fm pegar as fotos (Fotos com o pessoal do Los Hermanos, mas isso é papo pra outro post!), bora comigo???
- Bora, mas tu sabes onde é?
- Eu não, mas a gente descobre né? Vai perguntando, pergunta pro porteiro, pro motorista, pro cobrador, enfim. Sabes que gosto de ti por isso, tu topas tudo (em pensamento: se colar, colou!).
- Então vamo.
10 horas da manhã – a amiga tinha um compromisso meio dia –, rumo a radio até então com um endereço que pra nós não fazia o menor sentido. É na Serra, Rua Dr. Camilo. O ônibus que se devia pegar é o 9106, informação triplamente confirmada (pelo pessoal da casa, pelo porteiro e pelo cobrador do ônibus!!!).
Papo vai, papo vem, são muitas novidades, muita conversa pra se por em dia, e o ônibus subindo, subindo, subindo...
- Moço, onde é que a gente desce pra ir na Rua Dr. Camilo?
- Dr. Camilo? Ah, tem que descer no final da linha.
E o ônibus subindo, subindo e subindo...
Final da linha. Entrada da favela da Serra. Ai, ai, ai.
- Moço, e agora, como é que a gente vai pra Rua Dr. Camilo?
- Olha, acompanhem essa senhora aqui que ela ta indo pra lá.
- Hum. Então ta.
Profecia da amiga:
- Oooolha, não é querer falar, mas tu sabes que quando é comigo tudo acontece né? Esse lugar vai ser longe pra caramba, e aposto que tudo subida pra chegar... E ainda vou cair!
Apreensão.
Seguimos a senhora. Simpática ela. Ia com sua filha pra tal da Rua Dr. Camilo. Até diminuiu o medo. Fomos conversando, ela dizendo que tinha que subir só mais umas duas ruas (ladeiras enooooormes, tudo conforme a profecia), e aí a gente já ia chegar. Menos mal. Se bem que perto de mineiro é um “trem” estranho...
De repente, a filha da senhora que nos acompanhava começa ter umas reações estranhas. Ela explica que a filha tem epilepsia (um ataque epilético no meio da rua, era só o que faltava, não?), mas que está tudo bem(!), ela só precisava ficar um pouco parada e ia voltar ao normal, mas que era melhor a gente continuar sem ela. Ela explica em bom mineirês:
- Ó aqui procê vê. Cês sobe essa rua, quebra pra esquerda e sobe de novo. Aí cês vão ver uma escadin. Pode subir. Quando chegar lá em cima, aí é só perguntar onde é a rádio que já é pertin pertin, certin?
Dia de calor em Belo Horizonte. Sol de meio dia. O compromisso da amiga foi pro beleléu. As subidas eram tortura, ainda mais pra pobre da amiga que estava com seus típicos sapatos de drag queen pra lhe favorecer alguns centímetros. Mas enfim... Chegamos na tal escada.
Ai, meu Deus, a escada! De escadinha não tinha nada. Tava mais pra pagador de promessa de Nossa Senhora de Aparecida. E pior, a escada era o acesso à favela. A rua que procurávamos ficava exatamente do outro lado!
- Moço, tem alguma forma de chegar na Rua Dr. Camilo sem subir?
- Olha, ter tem, mas aí cês vão ter que contornar toda a favela, aí vai ser bem longe... Pode subir, não tem perigo não.
Imagina!!! Se quando é longe eles dizem que é pertin, imagina o que significa quando eles dizem que é longe mesmo... Vamo subir a escada mesmo.
A escada era imensa. Íngreme. Estreita. Casas de um lado e do outro. Subo sem olhar pra trás. Não posso olhar. Morro de pena da pobre amiga e sua plataforma botando os bofes pra fora. Digo palavras de força:
- Vem amiga, já ta chegando. Aqui em cima nem tem mais ladeira...
E só escuto uma voz triiiste, sem viiiida (sem ar!) me responder:
- Amiga, to com dor nos rins!!!!!
Escada ultrapassada. Falta de ar. Dor nos rins. Mais informações. Era só pegar o terceiro beco e ir reto. Beco não é uma boa sugestão quando se está na favela, de fato. Mas o beco tinha uma vantagem. Era descida.
Pra amiga, a profecia se concretizava, tudo acontecia com ela. Descida era pior ainda com seus sapatinhos altos. Tira o sapato, leva na mão e desce descalça mesmo. E com dor nos rins.
A rádio, ao longe já se via. E em frente à radio o que se via no momento era o paraíso: uma parada de ônibus (ponto de ônibus para mineiros!). Era ali que poderíamos ter descido, sem ladeira, sem escada, sem favela, sem ataque epilético, sem dor nos rins. Pegamos o ônibus errado!
terça-feira, 16 de maio de 2006
O post pro cóccix.
Maíra diz:
Ai, amiga, eu também quero ter um blog!!!
Renatinha diz:
Faz amiga, faz. Tem tanta história...
Maíra diz:
É, eu tenho uns textos. Tenho até aquela historia das chaves, de pular da ponte e do meu cocxi (como se escreve isso?) quebrado!!!
Renatinha diz:
Égua, tu tens um arquivo secreto e eu nem sei disso! Não sei como se escreve cóquisse!!!!
Maíra diz:
Será que é cócxe???
Renatinha diz:
Vamos consultar o Tio Aurélio...
Renatinha diz:
Amiga, é cóccix!!!
Maíra diz:
Pô, cóccxi é uma palavra muito legal né?
Renatinha diz:
É, cóccix merece um post só pra ele.
Maíra diz:
Merece mesmo.