quinta-feira, 23 de junho de 2011

Sempre Fagner

- Perdi o celular.
- Como assim? Deixaste em algum lugar? Será que caiu da tua bolsa?
- Não sei, não tá em lugar nenhum, chama e ninguém atende...perdi.
- Tenta lembrar a última vez que viste...
- HAHAHAHAHAHAHA
- Que foi?
- Minha última lembrança é que tava usando o celular de microfone enquanto cantava Fagner.
- Ai, sempre o Fagner...

[perdi o celular mas achei esse vídeo incrível com Espumas ao Vento, Elza Soares e dança moderna]

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Troço genial

Música é um troço genial. E eu nem me atreverei a desenvolver essa frase porque é só isso e ponto.
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No documentário "Rio Sonata", que homenageia Nana Caymmi, alguém disse por lá uma coisa que eu bem já havia dito por aí. Não dá pra ouvir Nana como música de fundo, música ambiente, música de elevador, sabe? É preciso não estar fazendo mais nada. Porque é preciso se concentrar pra ouvir Nana, prestar atenção mesmo, se entregar. Porque é intenso. Dá até pra se perder por aí (aqui) no "em si" da gente. E se perder com Nana, experimenta, é bom! Nem acho triste, nem sofrido ou sinônimos. Acho é verdadeiro pra caramba. Nana canta com uma verdade cruel - essa foi outra coisa que disseram no documentário e que eu também concordo.
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Eu me emociono com música de um jeito específico. Tá lá na pastinha "emoção musical". É diferente das outras emoções. Me emociono com a música, me emociono com quem se emociona com a música que me emociona e me emociono com quem faz a música que me emociona. Tudo isso tá lá nas sub-pastinhas dentro da pastinha "emoção musical".
E aí por isso acho o maior barato esses documentários todos. "Uma noite em 67". "Música é Perfume". "Coração Vagabundo". E acho outro barato os livros. Fui muito feliz a cada página lida do "Os sonhos não envelhecem". E tenho uma penca de amigas apaixonadas pelo Lobão de um jeito diferente pós-livro "50 anos a mil".
Não foi por outro motivo que presenteei, cheia dos interesses egoístas, o meu pai com o "Gonzaguinha e Gonzagão, uma história brasileira", e a senhôura minha mãe com a biografia do "tremendão" que já está ali na minha cabeceira aguardando a sua vez.
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Eu, que já gostava um tanto assim de Nana Caymmi (e como é que não se gosta de um Caymmi vindo todos daquela árvore linda chamada Dorival?) saí da sala de cinema na maior vontade de jogar uma partidinha de canastra com ela. Deixava até ela bater! Só porque ficou muito claro que quando ela faz uma canastra-real enche o pulmão e solta um palavrão terrível entoado assim numa nota bem grave.
É, porque agora eu sei que ela joga canastra, fala palavrão, tem um senso de humor ótimo, nunca cantou baixinho nenhuma bossa nova e nem viu graça nenhuma na Tropicália, mesmo tendo sido casada com Gilberto Gil.
Mas se teve uma coisa que me fez gostar mais ainda da Nana, foi ver que quando ela ouve uma gravação daquelas que mexe com os brios, não conta conversa: puxa os cabelos pra cima, bagunça tudo, embaraça, se descabela, sabe do que eu tô falando?
Olha, eu respeito muito quem se descabela assim instintivamente, como uma consequencia natural de uma emoção. Como quem diz "Gente, que coisa mais linda, pra quê penteado diante disso?".
Aí, ficou tocando na minha cachola à dentro, a noite toda, "Caju em Flor", do João Donato. Com a voz da Nana. E eu me descabelando. Daquele jeito. Tão lindo, né, gente, pra quê cabelo desembaraçado diante disso?
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CAJU EM FLOR: Nem você sabe a sorte que me dá / A você, de amor, eu lhe chamar / Ser seu bem sob o céu de Oxalá / Meu anjo bom, meu manacá / Em Belém, onde tudo aconteceu / Eu senti no momento em que bateu / Encontrei esse amor que vem de lá / Caju em flor / Meu bem vem cá / Nem parei pra pensar se dava pé / Me deixei arrastar pela maré / Naveguei ao sabor do Rio-Mar / Esse amor que eu guardei / Foi presente de Yemanjá.
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Música é um troço genial. Não é?

quinta-feira, 9 de junho de 2011

São João, olhai por nós!

Gosto de São João de um jeito assim que às vezes empata com o Carnaval.
Aí, propus aos amigos vatapá, mingau de milho, fogueira, sanfona e banho de cheiro.
A chamada: QUEM TOPAR LEVANTA O DEDO, PINTA O DENTE DE PRETO, VESTE XADREZ E FAZ UM BALANCÊ!

Aí, vieram os MELHORES comentários do mundo: 
D: Pintar o dente? Essa festa vai ser tão foda que eu vou é TIRAR um dente da frente! 
W: E aí, que eu já comecei a estocar leite para deixar para a nenen. Não sei quando meu organismo estará limpo novamente para amamentar! hehehehehe. Isso é sério!
H:  Cuidado pra nao confundir o leite da canjica pelo amor de Deus!

Aí, veio a amiga produtora toda tabalhada na megalomania: 
R: Minha sugestão é contratar a Dona Rosana da Tapiocaria Paraense.Vê quantas pessoas confirmam presença e quanto ela cobraria por cabeça. Define menu: tapiocas, vatapá, canjica...
Da última vez cobramos X por pessoa com direito a tudo: bebida, comida e pagamos a estrutura de som.Compra umas bandeirolas para enfeitar o sítio,  foguetes, estalinhos, etc. Contratamos uma estrutura básica de som e luz. Chama os Djs Se Rasgum (rsrsr) e os amigos e tá feita a festa! : )Ha, tem que rolar o casamento na roça! Definir o Padre e o casal!! Quem é que vai casar em breve?! rsrsrs
M: Amiga, pinta o dente e vem! É o que importa.  

Aí, vieram os casamentos: 
N: Ahhhh!! Eu queria aproveitar pra casar "de verdade" com meu marido. Posso ser a noiva?!
M: Eu, por mim, todo mundo se casa diante dessa fogueira! Tô casamenteira que é uma coisa! Na falta de casal, sobra padrinho e fica tudo certo. =)
J: Vou levar uma batina porque serei eu o padre e como padre moderno que sou, celebrarei um casamento coletivo e liberal, casarei todo mundo que tiver a fim: casarei homem com mulher, mulher com mulher, homem com homem com homem, casarei mulher grávida de grinalda, casal separados...só não casarei menor de idade porque o Supremo ainda não permitiu e porque também não iria casar mesmo.

E as caipiras assanhadas: 
B: Casamento (até na roça)? Tô fora! Mas proponho uma barraca do beijo...hehehehehe
R: Pra beijar não precisa de barraca, tá liberado, não tá, produção?

E uma ótima conclusão:
R: A qualidade da festa se mede pelos preparativos.Uma vai estocar leite, um vai virar padre, o outro vai arrancar um dente.Vamos observar.

 BALANCÊÊÊ!!!
 

segunda-feira, 6 de junho de 2011

"Entrar y salir de fase"

Deram um sossega-leão na minha constante vontade de viajar.
Sei lá como diabos se deu isso. Mas se deu. Sossega-leão! Mortinha da Silva a vontade.
Nem show de beatle, nem semana santa e nem uns papinhos sobre N.Y. e Dubai me animaram. Coisa séria.
Aí surgiu uma historinha aqui outra ali sobre ir a Caracas. Festival de música. Companhias boas. ~Praia~. Pareceu haver um batimento cardíaco na vontade, mas nem...devia ser aqueles reflexos automáticos do organismo aos estímulos. 
Depois, e eu não sei bem como foi, o site da FLIP abriu sozinho (juro!) bem no meio da minha vista. Ouvi um suspiro da vontade vindo d´algum lugar. Ouvi mesmo. Mas foi só um suspiro. Muito perto, mal daria pra planejar, e o trabalho novo, e ir parar no RJ outra vez...passou.
Pisca janelinha no GTalk convidando pra uma escapadinha para Machu Pichu. Fez-se um trocadilho sensacional infame em 5 segundos e o que era um suspiro transformou-se numa puxada de ar daquelas de encher o diafragma e fazer a respiração completa da yoga, sabe como é?
Eita que desembestou-se a vontade e os dedos dela feito loucos danaram-se a passear pelo mochileiros.com e por albergues e por voegol e por essas coisas todas que ajudam a levar a gente pra longe, lá de longe, onde toda a beleza do mundo se esconde...
E ao final do dia, já estava decidido o destino (que nem é Caracas, nem Paraty, nem Machu Pichu DaMinhaPicha), a data, a formidável companhia e já tínhamos um bando de dedos cruzados para aumentar a caravana.
Quanto ao sossega-leão, canto pra ele: 

"Ir y venir, seguir y guiar, dar y tener,
Entrar y salir de fase.
Amar la trama más que al desenlace,
Amar la trama más que al desenlace..."
(Jorge Drexler)

quinta-feira, 2 de junho de 2011

~PRAIA~

Para ficar em paz:

1-Dirigir por três horas ouvindo música boa; 2-Levar na garupa um neném que acorda sorrindo, se alonga e estala os dedinhos com os braços pra cima pra dançar; 3-Esfoliação com hidratante e açúcar, depois óleo de pitanga e depois banho de mar; 4-Dançar Moraes Moreira na praia como se deserta ela fosse - porque dentro da menina ainda dança; 5-Ouvir a história do grande amor da vida de uma amiga de 86 anos de idade - houve um baile de carnê, um Grande Hotel, uma canção composta e mais de 50 anos de desencontro; 6-Fazer uma amiga de 86 anos de idade; 7-Pôr do sol; 8-Descobrir o achocolatado mais gostoso do mundo - e não lembrar o nome dele; 9-Chorar pelo que normalmente se ri - a história de uma  sandália Havaiana do Batman; 10-Rir do que normalmente faz chorar - os desamores; 11-Tentar responder os porquês de um menino perguntador de 03 aninhos de idade; 12-Fotografar digital, analógico, manual, automático, com foco, desfocado etc; 13-Tirar proveito de um belo contra-luz; 14-Batida de côco, Licor 43 e um Cabernet Sauvignon - e não haver ressaca; 15-Ficar tão íntima de Baco, deus do vinho, que ele virou Deco, parceiro nosso; 16-Céu estrelado; 17-Dormir sem esforço (e sem pensar); 18-Acordar sem ter hora (e sem pensar); 19-Almoçar com barulhinho de maré ao fundo; 20-Voltar.

 Deixa eu me deitar na tua ~praia~