terça-feira, 20 de novembro de 2007

Aos afilhados, com muito amor.


Casei meus segundos afilhados. Vi e Jô. Ternura que transborda. Aproveite quem estiver por perto deles pra se benefeciar. Eu, ufa(!), estou bem do ladinho, sempre que possível, e garanto que faz um bem...

O Vivs é um amigo que eu roubei - melhor crime que eu poderia cometer! De sentar no bar, de falar besteira, de falar dos outros e até de filosofar. Meu fotógrafo aposentado preferido, meu companheiro de angústias azulinas, minha leal companhia num show atrasadíssimo do Los Hermanos... Devolvo de jeito nenhum, pronto, falei!

A Jô é uma amiga que o destino tenta pôr na minha vida desde criancinha, mas só agora, ufa de novo (!), nos abraçamos enfim. Sorte que amizade é uma coisa que retroage, e essa deve ser a explicação de parecer que ela é minha amiga há uns 20 anos, desde o Sinal Verde, na creche, quando não havia ainda nem um sinal de Vivs.

Olhos marejados quando me convidaram pra ser madrinha no casamento mais encantado do mundo: em frente à praia, jardim, All Star Azul, Amor I Love You, flores no cabelo, amigos, muitos amigos... Olhos marejados o tempo inteiro!

Não me arrependo da descabelante idéia de providenciar um quebra-cabeça de Vi e Jô para ser montado pelos padrinhos, não me arrependo da cola (todos os tipos!) grudada sob as unhas, da falta de sono e tudo mais. Não havia como melhor retratar a alegria de ser parte na união de Vi e Jô e era, ainda, nosso recadinho dizendo que, sim, estaremos sempre por perto...

E não tem nada de altruísta nisso, coisa nenhuma! Sempre por perto, mas para se aproveitar daquela ternura transbordante que vem de Vi e Jô.

Desejo aos meus afilhados que esse encantamento perdure a vida, que essa ternura transborde aos montes, que a casinha tenha a alma Azul da cor do All Star e esteja sempre florida e perfumada das Gérberas que todos os dias, em pensamento, enviarei a Vi e Jô.


Ah, afilhados, não esqueçam de prestar bem atenção, todos os dias, ao acordar. Ouvirão aquelas musiquinhas, sim, ouvirão. Porque o amor é filme e todo filme tem trilha sonora...

"Estranho seria se eu não me apaixonasse por você..." (All Star Azul)

"É um espelho sem razão. Quer amor? Fique aqui. Meu peito agora dispara, vive em constante alegria, é o amor que está aqui..." (Amor, I love you)

"O amor é filme, eu sei pelo cheiro de menta e pipoca que dá quando a gente ama... " (O amor é filme)

"Então os dois se acharam na escuridão. Ela com os pés no chão e ele não. Seu destino cego a lhes conduzir. Sua sorte à solta a lhes indicar um caminho. E dançavam lá em meio a tanta gente. Se encontraram ali..." (Balada para João e Joana)

"..."

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Animus Namorandi


Sei que minha profissão não é, nem de longe, das mais divertidas daquela listinha do “o que eu quero ser quando crescer”. Ser designer, jornalista, arquiteto, publicitário, psicólogo, ator/escritor/cantor/músico/bailarino, enfim, tudo e qualquer coisa é muito mais divertido do que ser advogado. Dizem...
Mas se tem uma coisa com a qual eu me divirto neste mundinho “Direito” – sem considerar o fato de ter que me dirigir a um senhor com um longo vestido preto, em pleno ano 2007, com a pompa de um “Pela ordem, Vossa Excelência poderia me conceder a palavra...” e outras coisitas do tipo – é com as Expressões em latim.
É! Porque eu não sei quem foi o espertinho que inventou essa história de que advogado além de falar difícil tem que saber latim!
Uma que gosto muito é o tal do “animus”. Para a propriedade, deve estar presente o “animus morandi”, para a posse, o “animus possidendi”. Para configurar o abuso, tem que provar o “animus abutendi”. Para incriminar o assassino, o “animus dolandi”, para o ladrão, o “animus furtandi”. E por aí vai... tem animus para coisas que nem se pode imaginar!
De qualquer forma, como só se consegue ler sobre Direito, sem dormir, até o 5º parágrafo (a não ser que se esteja estudando pra concurso ou para a prova da OAB!), vamos ao animus jocandi:
Na verdade o que me remeteu a tudo isso foi um bate-papo com um amigo, em um desses finais de semana malucos em que se marca balada com umas 3 turmas diferentes, torcendo pra dar certo com todas mas sem ter a menor idéia de como é que se vai fazer isso.
Enfim, os amigos mais antigos, aqueeeles da época em que fim de semana era cinema e pizza, casais jantando, joguinho na casa dos amigos etc., eles insistem sempre em perguntar: “ – E aí, já ta namorando? Não? Mas por quê??”
Ah, nunca acho os porquês adequados para a pergunta e me socorro no juridiquês: “– É que me falta o animus namorandi, sabe?”. Não sei ao certo se ele entendeu, mas não fez mais nenhuma pergunta, acho então que cumpri meu objetivo. Ha!
Passo o domingo pensando (é, domingos servem para isso!) que o animus namorandi faz muito sentido. Faz mais sentido do que todos os outros animus que eu já aprendi. É preciso muito ânimo, muita disposição, muita intenção pra começar um namoro, tudo de novo...
Me vem quase uma preguiça, só de pensar...juro!
Primeiro se apaixona (ou não, sei lá, eu, ao menos, nunca comecei por aí, mas...), aí depois vem aquele medo de ir adiante, de sofrer, de se decepcionar etc e tal. Daí vem aquela parte de conhecer alguém do zero, tudo de novo. E se deslumbrar, e se surpreender e depois se acostumar. Vem então o processo de passar o currículo pros amigos, apresentar, marcar saídas, torcer pela aprovação – porque os amigos precisam aprovar ou então vão acabar ficando de lado (é, amigos ficam de lado porque somos todos uns bobocas quando namoramos e se os amigos não são comuns...). Conhece família. E escolhe apelidos. E elege músicas. E planeja viagens...
Trabalheira danada! E vou parar por aí, na parte boa, no mar de rosas. Melhor ficar aqui pensando que namorar é bom. Quem sabe esse animus namorandi, assim, não me vem?