segunda-feira, 30 de março de 2009

Dias plenos

Volto pra casa ridiculamente feliz quando tenho a sensação de ter conseguido viver exatamente aquilo que queria e precisava ser vivido naquele dia. É muito bom!

Não que eu saiba, a cada dia, o que eu quero e preciso viver... longe de mim! Nunca sei! Mas quando calha de acertar, nossa! Ao fim desse dia sou quase chata de tão efusiva: pulo, quero abraçar as pessoas, não respiro pra falar, essas coisas.

Lembro de ter me sentido assim quando saí do show do Chico, e depois do da Betânia e depois do último do Los Hermanos, óbvio. Mas também tive essa sensação depois de uma pernada de 14km de uma trilha em Goiás, na apresentação de Ouro Preto aos meus pais, na carona de um caminhão na volta do Hopi Hari, numa saga de 12hs de carnaval de rua no Rio de Janeiro.

E tenho que explicar, para que não pensem que sou de rara felicidade, que esse embasbacamento diante da vida ao fim do dia não me vem não só de grandes feitos, de jeito nenhum!

Pode vir de um bate-papo sobre grandes novidades de amigos distantes, pode vir de uma chinelagem pelos cafundós da cidade, pode vir de uma marchinha de carnaval entoada fora de época e de contexto, pode vir de uma crítica dolorida e transformadora, pode vir da discussão etílica sobre o sexo dos anjos às 6 da manhã em lugar qualquer, enfim!

A verdade é que tenho sido muito injusta nessa fase comprida de reclamar de tudo, uma fase de "ode à rabujice"! Imagina que mesmo com todo o bico do mundo, têm me vindo um monte de dias assim e eu mal os vinha percebendo... quanta bobagem!

Para ter uma idéia (para EU ter essa idéia!) só essas últimas semanas me veio uma lista honesta de dias desses:
1 - quando corri pro aeroporto depois de decidir em dois tempos trocar a passagem frustrada do RJ pro Carnaval para SP pro RadioHead;
2- quando me diverti sozinha bolando presentinho de despedida pra amiga;
3 - quando tive uma conversa franca e necessária, de horas, com o chefe e voltei pra casa com uns tantos quilos a menos;
4 - quando começei uma reforma no meu quarto e planejei outra em mim;
5 - quando me dei conta que meus amigos confiam a mim os seus amigos que se tornam meus também;
6 - quando eu loto uma fila de cinema de companheiras de crise no amor e saem todas de lá mais surtadas ainda;
7 - quando eu carreguei uma penca de gente pra quadra de uma escola de samba no Jurunas e saiu todo mundo de lá sabendo exatamente o que é essa sensação que deu origem a esse post!

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