segunda-feira, 8 de junho de 2009

Eu, O+.

Aí que eu decidi parar de reclamar da vida e fazer alguma coisa que prestasse do meu dia. Arrumar uma boa ação, investir naquela coisa de corrente do bem, porque aquele blábláblá de "meus problemas", "meu umbigo", já tava dando nos nervos.
Resolvi doar sangue. Já tinha no currículo uma tentativa frustrada no passado e já tava super na hora de superar, até porque faz um bocado de tempo que não tenho menos de 50kg, agora sou 56kg com muito orgulho e cheia de sangue pra d(o)ar!
Saio do escritório correndo por um almoço adubado, toda uma preparação "pra ficar fortinho, pra ficar fortinho e cres-cer, e cres-cer", me sentindo super gente pela idéia mais ou menos altruísta que me passou e que funcionou, pois já até tinha esquecido meu umbigo e meus problemas.
Aí, que chega no Hemopa, pega senha, lê formulário, tudo beleza. Nunca tive hepatite, não gripei nem tive febre nas últimas semanas, mais de 50kg, bem alimentada. Aquela sensação de ser do bem de mãos dadas com todas aquelas pessoas e suas senhas, pensando nos motivos e não-motivos de cada um...(será que tem alguém em crise existencial aqui além de mim?
Minha vez.
Passo na primeira triagem de perguntinhas. Segue pro consultório nº1. Furam meu dedo, hemoglobina sucesso, pressão nos trinques. Segue pro consultório nº9. Mais perguntinhas e... putz: "Querida, você está provisioriamente recusada para doação de sangue."
Vai, Maíra, vai brincar de fazer cirurgia e depois querer pagar de benfeitora. São 6 meses de sangue recusado, okey?
Juro que em outubro eu faço mais uma tentativa, uma questão de honra agora entregar este meu O+ pra quem dele necessite.
A não ser que eu resolva fazer uma tatuagem até lá, aí lá vai mais um ano de sangue recusado.
E aí a sensação de ser gente, ser do bem, ser especial, se despede rindo da minha cara egoísta que só pensa nos próprios peitos!

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