terça-feira, 29 de março de 2011

Dia do sorriso bonito e do abraço apertado

Ano passado ficou definido, entre uns amados queridos, que hoje, dia 29 de março, seria o "DIA UNIVERSAL DO SORRISO BONITO E DO ABRAÇO APERTADO". Porque nesse dia nasceu uma moleca de sorriso largo, lindo e arrebatador, e de abraços daqueles que amassam a roupa, a cara, o cabelo... sabe, abraço de verdade? Pois é. E aí, hoje é dia de comemorar ter sido arrebatada por aquele sorriso e ter sido amassada naquele abraço. E de lembrar de sorrir e de abraçar sempre. E de agradecer por essa lição. Eu rio, eu abraço e eu agradeço.
Na verdade, na verdade, hoje é um dia de saudade.
Uma saudade que, se irremediável não fosse, melhor remédio não haveria: sorriso bonito e abraço apertado.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Recadinhos de concurso

Alô você que chega antes dos portões abrirem e fica sentado na rua com cara de coitado lendo apostilas do tamanho da Bíblia. Sério. Não dá mais tempo.

Gurias dos cabelos longos, por favor, etiqueta de concurso: coque ou rabo de cavalo. As cadeiras são super coladas umas nas costas das outras e já tenho muitas coisas com quê me preocupar. Não mereço o passeio do cabelo de vocês pelo meu caderno de prova enquanto me concentro na leitura das benditas questões.

Instituições, entendam. É fisicamente impossível caber a bolsa de uma mulher nos sacos plásticos fornecidos. Cabe celular, cabe chave de carro, cabe relógio digital. Ok. Mas a bolsa inteira não, né? E também não cabem, as bolsas, em baixo das carteiras, naquele parco diâmetro de espaço. Acompanhem a moda, as bolsas estão cada vez maiores. Gigantes. Arrumem aqueles sacos de lixo, sei lá. Ou proíbam que se levem bolsas. O que não dá é pra ficar discutindo com as Maricotas esse tipo de fricote enquanto estou com os nervos a flor da pele.

Fiscais, pasmem, nós sabemos ler. Ler as instruções da prova (que podíamos ler sozinhos e em silêncio) duas vezes em voz alta não faz nenhum sentido. É como se vocês fossem aeromoças fazendo aquelas coreografias de saída de emergência e "máscaras cairão sobre as suas cabeças". Nós não estamos prestando atenção e estamos muito mais interessados em decolar e chegar. E quem não ler ou passar batido alguma informação... problema. Não é uma questão do avião cair e o ser humano morrer. Vai ser só mais um concurso em que não passou e pronto. Próximo.

Quem acorda e sai de casa pra fazer uma prova e não tem UMA caneta esferográfica preta de "corpo" transparente não vai passar no concurso. Simples assim. Ninguém deveria nem se dar ao trabalho de emprestar.

Concorrentes, queridos, me expliquem, por favor porque eu não consigo entender de jeito nenhum. Como é que se faz pra responder 100 questões objetivas, escrever uma redação, ir no banheiro duas vezes e fazer piquenique, tudo isso em 4 horas? Eu mal consigo levantar o pescoço e o povo lá, entrando e saindo, comendo barrinha de cereal, chocolate, club social, tomando refrigerante, suco, água. Qualquer dia desses vão levar pipoca, pedir pizza. E eu lá, sem nem levantar o pescoço.

Por ora, é isso.

terça-feira, 22 de março de 2011

Passatempo (ou lição sobre primeiras impressões no Bukowski):

Faça a relação entre as colunas:

(1) Cara bonito que cantarola Chico Buarque
(2) Cara que pega a sua capa de chuva emprestada na fila da balada
(3) Cara que se finge de gringo num inglês xexelento para se aproximar
(4) Cara com 18 anos de idade em balada de adulto

(a) Papo super interessante
(b) Grande babaca
(c) O mais legal da festa inteira
(d) Ganhou atenção de todas as meninas

Gabarito: 1-b; 2-c; 3-d; 4-a.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Para não esquecer do Carnaval

Versinho da Ida

Fosse eu duas, pulava era os dois carnavais
Mas como umazinha que sou e na falta de muitos reai$
Recife e Olinda ficaram para a próxima
Me encontrem em Ipanema, na Vinícius de Moraes.

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Versinho de Circo

A razão para a existência da Orquestra Imperial
É mesmo o Circo Voador e o seu Baile de Carnaval.
Sem Amarante, Max Sette e Moreno Veloso
Tapavam buracos: marido de Regina Casé e um crooner misterioso.
Thalma, Jacobina, Domênico e Kassim são mais que suficientes.
Sinceramente, nem percebi que a Nina não estava presente.
Lembro que Fernanda Torres pulava freneticamente fantasiada de Vani
E por alguma razão queríamos porque queríamos que a Thalma cantasse Gaby.

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Rapidinhas:

Matemática: 02 garrafas de vodka divididas por 04 mocinhas é uma conta que não deve mais se repetir para a felicidade geral da nação das moças de boa família.

Ideia fixa de se fantasiar de noiva no Carnaval não costuma terminar bem e ainda é provável que camufle algum daqueles desejos contidos que usualmente levam as moças à terapia.

Aquela máxima de que dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço: arquibancada popular da Sapucaí está aí pra relativizar a Física.

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Novo dito popular:
"Faca de cozinha não serve nem para rasgar suspensório de palhaço"

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Palavra do Carnaval = Piúba

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Dança do Carnaval = Magaly

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Lugar do Carnaval = Praça São Salvador

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Cena do Carnaval = Volta da Sapucaí, pós desfile da Beija-Flor. Metrô lotado. Muito. Abarrotado. Gente cansada, fantasiada, bêbada, dormindo, de tudo um pouco. 8hs da manhã. Porrada entre duas mulheres. Puxão de cabelo. Arranhão. Uma carioca x Uma turista. E um ser humano vestido de KIKO (aquele, amigo do Chaves) tentando apartar.

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Diálogos:

No bar (todas de head-band):
- Moço cadê minha vodka? Eu já te entreguei o ticket.
- Não entregou, não. Quem entregou foi ela.
- Ela TAMBÉM. Mas eu já entreguei meu ticket e quero a minha vodka.
- Desculpa é que eu fico confuso com tanta menina com esse troço na testa.
- Ah, e por causa disso tu ficas goiaba?

No taxi:
- Ih, fiz uma corrida com esse taxista ontem, ele é um estúpido.
- Blá, blá, blá, blá, blá (gritinhos, risadas etc).
- Fica quieto que esse taxista é nazista.
- Quê? Passista?
- Fala baixo, pô. Na-zis-ta.
- Anh? Passiva?
- Ai meodeus, NAZISTA!

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Lista das coisas mais bacanas que aconteceram no "Me Beija Que Eu Sou Cineasta":

1º- Encontrar Marcelo Rubens Paiva bebum, descamisado e com uma cara muito sapeca no meio do bloquinho;
1º- Tomar banho de purpurina azul que na verdade era pó de pirilim-pim-pim pois me devolveu toda a energia para o Carnaval já perdida há dias;
1º- Dançar diminutivos muito queridos: Dominguinhos e Gonzaguinha;
1º- Ser mais uma vez personagem de uma sincronicidade absurda que ainda precisa de mais uns 10 Carnavais para ser compreendida;
1º- Chamarem Otto pra subir no Trio e ele nunca mais descer;
1º- Cantar "Ereção" para o Rubinho Jacobina;
(tem mais...)
E não consigo enumerar por ordem de preferência, então os acontecimentos ficam assim, todos em primeiro lugar.

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Versinho da Volta

E a viagem feita com o coração apertado,
O dinheiro contado e o humor alterado,
Acabou tendo seu fim por cinco dias adiado.
(tudo culpa do localizador - VGFJ6E - decorado)
E desse tempo esticado ficaram:
Um encontro marcado, um reencontro frustrado,
Um Jeneci(CD) autografado, um Cartola(LP) comprado,
Um banho de cachoeira tomado, um amigo consolidado,
Enfim, um Carnaval, modéstia à parte, muito bem aproveitado.
=)

sábado, 19 de março de 2011

O Dramin, o Rio e o Ondjaki

Talvez eu já tenha perdido o "timing" de contar do Carnaval. Mas é que rendeu assunto/risada/lição pra mais de dez feriados. Acho que vale a pena guardar na memória (aqui denominada blog) em forma das Tirinhas Carnavalescas, tal qual o ano passado (ê saudade do Récife!). Vou fazer. Num próximo post. Porque esse, de tirinha, nada tem.

É que tava aqui lembrando do quanto me faltava espírito carnavalesco enquanto rumava ao RJ. E aí tomei um dramin para apagar e acordar lá no Galeão pronta para ser contaminada pelos fanfarrões ao redor.
Acontece que no meio do caminho havia Fortaleza. Havia duas horas no aeroporto de Fortaleza no meio do caminho. Dopada, não conseguia manter a cabeça ereta. Muito menos os olhos abertos. E me apavorava com a ideia de perder o voo e passar o carnaval no Beach Park. Pensei em escrever num papel o numero do voo, horário e destino para que algum bom samaritano me acordasse para o embarque. Não tinha forças pra escrever. E decidi que era exagero. Não era: num acordar sobressaltado entrei na fila do embarque de um voo para Campinas. Fui barrada, ufa! Ainda preferiria o Beach Park.
Alcançado o destino correto, um pouco grogue mas já bem dona de mim, uma fatia de escola de samba me recebe no desembarque. Putz, não fui contaminada. Achei a mulata feia, as roupas de mau-gosto, a bateria descompassada. Problemão!
Mas o Rio, sábio, macaco-velho, cheio de manha, tascou na minha frente um dos meus escritores "nova-safra" favoritos: Ondjaki, fofo, angolano, por quem tenho enorme carinho e de quem levava um livro na bolsa que pretendia ler na viagem, pretensão frustrada pelo dramin. Sentei ao lado dele pra esperar o ônibus e enquanto ele fumava um cigarro que não me incomodou, eu ri de canto de boca já contaminada pela receptividade personalizada do Rio de Janeiro.
No ônibus, fui lendo Ondjaki atééééé Copacabana, e ele me disse assim ó:

"Sabes o que é não sentir o coração e sentir o coração, tud' uma batida só, sangue leve no peito e lágrimas limpas a escorrer? Faz conta foste na pesca, rede e tudo, e em vez do peixe grande meteste a rede na água e te veio uma nuvem? Se é impossível? Eu sei lá, avilo, eu sei lá... Desde candengue que ando então a ver as nuvens dançar nas peles do mar, e me pergunto: assim calminho, liso tipo carapinha com desfrise, o mar não tem as nuvens dele também? De onde eu venho é muito longe, por isso, juro mesmo, nasci de novo. Vou te confessar: espanto é só aquilo que ainda nunca tínhamos vivido com a nossa pele!
Avilo, desculpa tanta filosofia, o que tenho é sede mesmo.
Num tenho dinheiro, num vale a pena te baldar. Mas, epá, vamos só desequilibrar umas birras (cervejas); sentas aí, nas calmas, eu te pago em estória, isso mesmo, pura estória daquelas com peso de antigamente, nada de invencionices de baixa categoria, estorietas, coisas dos artistas: pura verdade, só acontecimentos factuais mesmo. A vida não é um carnaval? Vou te mostrar alguns dançarinos, damos e damas, diabo e Deus, a maka da existência."

Duas primeiras lições do Carnaval:
1 - Dramin, nunca mais;
2 - O Rio tem todas as manhas pra me conquistar, até quando eu ACHO que estou difícil!