segunda-feira, 29 de maio de 2006

Dia de Maria (do Céu)


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"Hum... hoje me deu uma saudade da mamãe..." Essa frase volta e meia é repetida aqui por BH. Somos uma comunidade de paraenses longe de suas mamães.
A minha, pelo menos, faz uma falta tangível! O café com leite muuuuuuuuito quente, as mãos suadas pra acarinhar-fazer cosquinha (não pode ter nojo de mãe, né mãe???), a prontidão de sentinela quando eu abro a porta do quarto pra dizer que estou com enxaqueca, a cara de assustada quando tem que abrir a porta de madrugada porque a filha destrambelhada esqueceu de levar as chaves.
É, sem duvida, o alicerce da casa.
É a única pessoa que eu conheço que faz a mesma atividade física (hidroginástica), na mesma academia, por tanto tempo ininterruptamente (perdi as contas, mas acho que mais de 5 anos!).
É Médica, Dentista e Terapeuta da família inteira, apesar de pro resto do mundo ser Economista. Mas quando fica doente, acha que ninguém sabe cuidar dela: ainda não tá na hora de tomar o chá, é só dormir que passa etc.
É responsável por grande parte do meu gosto musical, apesar de ter ficado com muita raiva da Elis Regina por ela ter morrido enquanto estava grávida de mim (não a Elis Regina, mas a minha mãe!!). Chico Buarque é meio que meu padrasto (meu pai não pode saber disso). Lembro muito dela quando ouço o Guri, o Cotidiano, e até mesmo a Geni. Ela cantava muito pra eu dormir, me embalando na rede, se bem me lembro, e tem tantas músicas que um dia me pego cantarolando certa de que não ouvi em outro lugar. Tem as musicas que herdou de minha vó, tipo "Sertaneja se eu pudesse, se papai do céu me desse, um espaço pra voaaaaaar...". E uma outra que eu odiava e chorava quando ela cantava, de algum imbecil que matou a mãe e arrancou-lhe o coração pra provar o seu amor à sua amada ("Diz o componho à sua amada..."). Horrível!!!
Ela não é das que cozinha, mas não tem farofa, nem arroz de galinha, nem creme de bacalhau que chegue perto da gostosura dos que ela faz. Dom não é... Deve ser o tal do amor mesmo!!!
É a maior fã que se poderia ter. Desde criança, nos dias das mães na escola quando cantávamos Carinhoso no ginásio do colégio, eu era a que cantava melhor. Do grupo de dança, mesmo quando eu entrava no palco na hora errada, a melhor de todas as bailarinas. Nos jogos, quando eleita atleta do ano por causa de uma medalha de pingue-pongue, a mais craque de todas. Nos desfiles à fantasia, então, nem se fala. Luto para um dia todo esse orgulho imensurável valer de fato.
Dela herdei os cabelos oleosos, mas não as mãos suadas. O humor irônico, mas não a paciência. O bom caráter, mas não a total doação. O DNA prega essas peças, mas a vida dá tempo suficiente pra aprender a ser mais ela.
É, quando crescer quero ser como a mamãe. Um pouco menos preocupada. Errando menos as letras das músicas. Dormindo menos no meio dos filmes. Afinal, como diz um grande amigo dela, a tendência das gerações é produzirem descendências melhoradas (Foi o Antonio Maria quem disse isso, não foi??hauhauahuahuahuahuah). Mas na essência, com o jeitinho dela.
Dia 31, é aniversário dela. Faço aqui esta módica homenagem porque o presente que comprei na Americanas.com não vai chegar a tempo... : )
MAMIIIIIIIIIIIIIII!!!!! PARABÉÉÉÉÉÉNS !!!!!!!!!!!!!!!!!!
Uma beijoca da tua passarinha.

3 comentários:

Renata disse...

Ai ai ai...
Vai ter Tia do Céu choraaaaaaando....

Anônimo disse...

Maíra querida,
permito-me acrescentar, já que sou sua tia emprestada e amiga da Maria (Do Céu), que não conhecia o dom do desafinamento da minha comadre! Mas, acredito piamente no seu testemunho de filha. E
quero acrescentar aqui que essa nossa Maria é tão especial, que eu a carrego quietinha comigo há décadas, às vezes ironica, às vezes comovida, quase sempre irrequieta e sempre fiel dentro do peito, e que penso nela em horas tão impróprias, que só pode ser isso a real definição de amiga. Beijo pra ela e pra você também.
Adelina.
PS: quanto aos anseios e desejos dela para você, pelo que sei, você corresponde plenamente a cada um deles. Beijão!

Anônimo disse...

:)